quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A Minha Mãe-Vó

Estavas cansada e triste
a pedir-me uma oração.
Os céus, olhei com atenção e, depois,
saciei a sede das plantas,
sorriram todas pra mim.
Os seres que eu não vi
rezaram juntos para ti
para que, nos céus, encontrasse
a alma serena e pura,
que extrai as amarguras
e apaga todas as lembranças
que levastes em tuas tranças.
Estavas serena e bela...
Os céus olhei com atenção!
Havia luz, não de vela!
E aquele manto de estrelas,
abriu-te as portas, relembro!
E sumistes a passos lentos,
as tranças já desatadas,
o amargor esmagado.
Meu Deus!
Tu estás mais leve,
alcançastes essas estrelas.
Um passo da eternidade,
que ainda sem maldade,
as estrelas brilharão...
Os que vi,
te levarão
àquela luz que clamastes,
e até lá, mais leve ainda,
serás pluma que esvoaça,
perfume que eternece
e luz que se deslumbra.


A minha querida Mãe-Vó, Amalia Lopes, que escrevi, logo após o seu falecimento em 1978.


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