sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Que Pena!

Que pena!
Afastei as cortinas das janelas
para ver o sol nascer,
mas ele já estava alto.
Acordei tarde demais...

Que pena!
Andei pelas ruas,
só nos meus pensamentos,
E, como alma penada,
ao meu redor
só vi lamentos.

Que pena!
Enxerguei tantos tetos,
todos eles desbotados.
Sem aconchego e sem paz,
vi tudo tão amontoado!

Que Pena!
Perdi peças de um quebra-cabeças,
minh'alma está em pedaços!
O que faço?
Agora, eu não sei consertá-la.

Que Pena!
Não consigo nem ver o sol se pôr,
porque tudo está tão triste
lá fora só há tempestades,
e aqui dentro tantas goteiras.

Nem a canção mais bonita,
nem a canção mais triste,
me conforta, me enternece.
Sinto um balançar constante
que impede o adormecer.

Que pena!
O trem já partiu,
o culto já terminou,
o hino estava no fim,
e só vi o adeus de muitas mãos.

Que pena!
Eu não sei ser feliz.
Não sei dar felicidade.
E quando a recebo
ela resvala na minh'alma,
como água que desliza no corpo
e o próprio calor do corpo a seca.

Oh! Que pena!
Eu já morri há tanto tempo,
ando num mundo que não é meu,
talvez terminando uma tarefa
que ainda não foi completa.
Que pena!
Que pena!

Um comentário:

  1. Que Belo! Tiste mas belo seu poema, bate fundo na alma com palavras bem colocadas e muito sentido, ao menos para mim, que sinto esse texto como minha história.
    Que belo!
    Beijão querida Lourdes!!!

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